segunda-feira, 4 de março de 2013

Poema natimorto 2


calipígia miragem
num vestidinho cor-de-rosa
para olhos gulosos
paisagem saborosa
coxas torneadas
seios turbinados
olhar lascivo
passivo, depravado
do alto de saltos altos
para baixo dos sonhos mais baixos
ela desfila apoteótica
hipnótica alegoria
que na alegria dos transeuntes
abutres aparvalhados
se torna fantasia carnavalesca
odalisca burlesca
girafando em seu rebolado
trotado eqüino
ela é presa fácil
dócil felino
com a cauda abanando
cumprimentando os espectadores
de sua apresentação mágica
estonteante, pornográfica
olham porteiros, motoristas
taxistas, pedreiros
ela passa e sorri
mal sabem que é um travesti

Um comentário:

Anônimo disse...

KKKKKKKKKKKKKKK... Ri muito... Parabéns! Você é um escritor cheio de surpresas!